A segurança dos aparelhos domésticos tem origem antes mesmo de sua aquisição, passando pela maneira como tais utensílios são empregados, sua forma de acondicionamento, bem como em relação ao modo que pessoas em condições especiais têm acesso a eles.

O advento da globalização promoveu junto aos mais diversificados públicos o conhecimento de inúmeros produtos que eram antes, num tempo não muito distante, completamente desconhecidos. A propaganda em relação a tais produtos gera o consumismo, e disso advêm conseqüências indesejáveis sob a ótica da segurança, pois a ânsia de atender os diversos níveis sociais, promovendo um barateamento dos produtos impõe uma queda na qualidade dos bens oferecidos, requerendo, por parte do consumidor, muita atenção no que concerne adquirir produtos sem a necessária certificação expedida pelos órgãos competentes, fator garantidor de confiabilidade do produto, atestando que este foi submetido a testes e está apto a ser empregado nos lares.

 Outro aspecto primordial em relação à segurança dos aparelhos domésticos diz respeito ao como se dá o emprego do bem adquirido. Senão vejamos: – um ferro de passar roupas é pensado e produzido de forma que, mesmo conectado à rede elétrica, assegure que o seu utilizador fique isento de quaisquer descargas elétricas que porventura possam vir a comprometer sua integridade física. Entretanto, é importante ressaltar que a inobservância de sua correta utilização, usando-o a pisar em chão molhado, descalço, ou adaptando-se aos seus defeitos, como, por exemplo, utilizar um ferro que esteja a dar choque pondo-o para aquecer e retirando-o da tomada após aquecer para passar a roupa, constitui-se em fator de elevado risco à pessoa que o utiliza, assim como para terceiros.

Igualmente, podemos dizer que o mau acondicionamento de um produto, de maneira a o expor à ação de quaisquer agentes lesivos, tais como poeira, umidade, pancadas entre outros, trarão sérios comprometimentos aos utensílios domésticos, em particular, àqueles alimentados por energia elétrica, especialmente se o dano no aparelho instalou-se sorrateiramente, permanecendo, por assim dizer, invisível aos olhos do usuário, à espreita de um momento de imprudência seu para, enfim, desencadear-se, propiciando todo o seu risco à pessoa.

Por fim, temos o caso de pessoas em condições especiais. Com esta classificação não queremos tratar somente de pessoas a exemplo dos excepcionais, mas de todas aquelas que, por qualquer motivo, permanente ou transitório, se encontre em situação que a torne merecedora de melhor atenção. Assim, estão inclusos neste grupo as crianças, os idosos, os ébrios (mesmo os eventuais), os toxicômanos, bem como todos aqueles que, de alguma forma, tenham suas capacidades de discernimento e/ou desenvoltura física de tal sorte reduzida que suas ações possam resultar em risco para si ou para outrem.

Desta maneira, devemos entender que a segurança dos aparelhos domésticos não se restringe somente às ações internas ao lar, tais como girar cabos de panelas para o interior do fogão ou evitar que crianças se aproximem perigosamente de aparelhos elétricos energizados. A verdadeira segurança tem início no momento da aquisição dos produtos, perpassando por ações como estas, mas primordialmente buscando-se uma mudança de consciência, com a adoção de medidas que se traduzam na busca pela efetivação da segurança de todos, onde cada um é responsável pelo outro e, com isso, se abstém e elimina condutas perniciosas às pessoas do convívio, num clima de preocupação constante para com a integridade física e a saúde do outro de um modo geral.

Arias Roberto Diniz.